A endometriose afeta cerca de 10 % das mulheres em idade fértil e a sua origem pode ser multifatorial.
A endometriose é uma doença que pode afetar a mulher desde a primeira menstruação à menopausa.
Estima-se que a incidência de endometriose em Portugal seja de cerca de 700 000 casos.
O que é a endometriose?
A endometriose é uma doença que afeta a mulher desde a primeira menstruação à menopausa.
Em mulheres afetadas por este distúrbio, ocorre o desenvolvimento do endométrio (tecido que reveste o útero) fora do útero, formando massas com maior ou menor extensão.
Durante a menstruação, o endométrio descama e é eliminado sob a forma de fluxo menstrual. Ao mesmo tempo o endométrio fora do útero também descama, causando uma pequena hemorragia interna que pode despoletar alguns sintomas que podem interferir com a qualidade de vida da mulher.
Onde se desenvolve?
Os locais mais comuns para o desenvolvimento da endometriose são:
- Os ovários
- As trompas de Falópio
- O intestino
- As áreas que rodeiam o útero
Nas formas graves da doença, pode atingir:
- O reto
- A vagina
- Os ureteres
- A bexiga
- Algumas formas de endometriose profunda podem ainda lesar o diafragma e o pulmão.
Quais são as causas?
Apesar de ser considerada uma doença «mistério», existem várias hipóteses para possíveis causas, como:
- Refluxo do conteúdo menstrual
- Componente genética
- Distúrbios no sistema imunitário.
Quais são os sintomas?
Nos casos mais leves, pode não existir qualquer manifestação. No entanto, a sintomatologia mais frequente é a dor, por exemplo:
- Durante a menstruação ou entre os períodos menstruais
Durante ou após relações sexuais;
Durante a micção ou a defecação.
Um sintoma bastante típico nesta patologia é também a dificuldade em engravidar. Nas formas graves e raras, podem coexistir outros sintomas:
- Perdas de sangue antes da chegada do período menstrual
- Menstruação abundante
- Náuseas
- Saciedade precoce.
Como é realizado o diagnóstico?
Os sintomas referidos podem ocorrer em doenças como a síndrome do intestino irritável dificultando por vezes o diagnóstico correto.
Assim, a endometriose é diagnosticada tendo em conta a simultaneidade do fluxo menstrual com as queixas apresentadas, qualquer que seja o órgão afetado.
Em casos mais específicos pode haver necessidade de recurso a técnicas cirúrgicas para confirmar o diagnóstico: laparoscopia* e outros exames como colonoscopia.
O mais correto é que a mulher seja observada cerca de 3 a 4 dias antes do período menstrual. Por essa altura, já se podem ver os nichos (chamados «olhos de perdiz»), prestes a descamar.
*Laparoscopia:
Técnica que consiste em fazer pequenas perfurações para fazer uma inspeção visual interna do órgão com uma pequena câmara.
Qual é o tratamento?
A endometriose pode ser tratada de várias formas, dependendo de fatores como:
- Tipo de sintomas e a sua gravidade
- Localização e extensão
- Desejos relativamente a gravidezes futuras
- Idade e outras patologias.
O tratamento tem como objetivo tratar a dor e a infertilidade, bem como eliminar as massas de endometriose.
As opções gerais de tratamento são:
- Terapêutica não farmacológica – utilização de bolsa de água quente na zona abdominal, repouso, meditação e «dieta anti-inflamatória»
- Terapêutica analgésica e/ou hormonal – alivia os sintomas mas não diminui a extensão das massas de endometriose, nem melhora a fertilidade
- Tratamento cirúrgico – indicado para casos graves com invasão de outros órgãos e com queixas de infertilidade ou falha na terapêutica farmacológica.
Apesar de não ter cura, pode ser controlada. Em mulheres que não pretendem engravidar, a pílula é um excelente método que irá contribuir para a atrofia do endométrio, diminuindo deste modo a progressão da doença e intensidade das queixas.
Catarina Santos
Farmacêutica na Farmácia Arade
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